MIRAÍ (MG), 16 de julho de 2025 — Em entrevista transmitida ao vivo pela Rádio 99 Play, o especialista em finanças e cooperativismo Sávio Trindade defendeu o modelo das cooperativas como instrumento eficaz para promover desenvolvimento econômico local, inclusão financeira e participação cidadã. A conversa abordou benefícios diretos a pessoas físicas e jurídicas, destacando o papel estratégico de instituições como o Sicredi.
“As cooperativas oferecem uma alternativa justa, participativa e transparente ao sistema bancário convencional”, declarou Trindade. Ele enfatizou que ao se associar, o cidadão se torna também coproprietário da instituição, participando das decisões e usufruindo dos resultados da operação.
O modelo cooperativista, segundo Trindade, representa uma forma de reorganizar o acesso ao crédito e fortalecer redes econômicas locais. “Empresários que aderem às cooperativas obtêm crédito com melhores condições e integram um ecossistema que impulsiona o comércio e movimenta a economia regional”, afirmou.
O Sicredi, citado como exemplo durante a entrevista, é uma das maiores cooperativas financeiras do Brasil, presente em mais de 2 mil municípios. Segundo dados do Banco Central (2024), o setor cooperativista responde hoje por cerca de 9% de todas as operações de crédito no país, somando mais de R$ 330 bilhões em ativos. Na comparação internacional, a World Council of Credit Unions (WOCCU) estima que 375 milhões de pessoas em 118 países são membros de cooperativas de crédito, demonstrando o alcance global da prática.
Além do acesso facilitado a crédito, o modelo reinveste parte dos resultados nas comunidades onde atua, promovendo impacto direto em áreas como educação financeira, infraestrutura e inclusão produtiva.
Especialistas apontam que as cooperativas têm se destacado também em períodos de crise econômica. Um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que cooperativas financeiras apresentaram maior resiliência e estabilidade durante as crises de 2008 e 2020, contribuindo para mitigar os impactos socioeconômicos em diversas regiões.
No contexto brasileiro, onde aproximadamente 34 milhões de pessoas ainda não possuem acesso ao sistema bancário tradicional (segundo dados da Febraban/2023), o cooperativismo surge como alternativa viável para ampliar a inclusão financeira com base na participação comunitária.
A entrevista completa com Sávio Trindade está disponível nas redes sociais da Rádio 99 Play. A abordagem propõe reflexão sobre o papel do cooperativismo na construção de uma economia mais democrática, resiliente e localmente enraizada. O avanço dessa modalidade poderá redefinir o modo como comunidades se organizam em torno das finanças, especialmente em cidades do interior como Miraí.
Projeção: Com o crescimento da agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) e da economia solidária, a tendência é que cooperativas financeiras ampliem sua atuação e fortaleçam sua presença como agentes-chave do desenvolvimento sustentável no Brasil.