Realidades opostas não escondem um traço em comum a Fluminense de Renato Portaluppi e Chelsea, semifinalistas do Mundial de Clubes nesta terça-feira, às 16h (de Brasília)no MetLife Stadium, em Nova Jersey. Globo, Sportv e Cazé TV anunciam transmissão ao vivo.
Os britânicos chegaram ao torneio com um dos elencos mais caros, mas também mais jovens, na faixa dos 23 anos. Do outro lado, um goleiro de 44 e um capitão de 40 até indicariam o contrário de uma das equipes de menor orçamento. No caso dos brasileiros, porém, a explicação da semelhança é outra.
No Flu, o futuro está nas categorias de base do clube e por isso 17 “Crias de Xerém” começaram o torneio espalhados por outros times. O número subiu para 18, pois João Pedro, reforço dos ‘Blues’ que estreou contra o Palmeiras dias depois de ser anunciado, também vem da mesma fonte. R$ 412 milhões foram pagos para tirar o atacante brasileiro de 23 anos do Brighton.
O valor equivale quase à avaliação do elenco todo de Renato: R$ 548 milhões. Pelo menos antes da competição. Do plantel, sete são formados no Centro de Treinamento na cidade de Xerém, no subúrbio carioca. Martinelli suspenso é um e o outro é sem dúvida o maior nome.
“O Thiago Silva é ídolo de três dos quatro times que tão nessas semifinais. A carreira dele fala por si só e mostra o equívoco de uma galera que quis diminuí-lo por um choro num jogo em que o Brasil se classificou na Copa de 2014. A capacidade de liderança dele sempre foi citada por companheiros, mas se alguém precisava ver isso com seus próprios olhos, teve a oportunidade nesse Mundial, quando ele indica ao Renato uma mudança tática na reta final de jogo contra a Inter. Ali ficou explícita a capacidade de enxergar o jogo que Thiago tem. É o maior zagueiro brasileiro do século e está no Top 5 do mundo na sua geração. Um monstro!”, diz Taynah Espinoza, apresentadora do TNT Sports.
Depois de conquistar a Copa do Brasil com o Fluminense de Renato no “longínquo” 2007, o “Monstro” seguiu fazendo história por onde passou: Milan, PSG e Chelsea, onde inclusive foi campeão do Mundo, em 2021. Agora terá pela frente uma outra cria da base do Flu, mas poderia ter sido outra como Marlon Freitas do Botafogo, Gerson e Pedro do Flamengo ou Jhon Kennedy do Pachuca-MEX.
João Pedro faz parte de um clube que levou a globalização ao extremo em sua história. Em 1999, o Chelsea foi o primeiro time a escalar 11 estrangeiros em uma partida. Hoje, no atual campeão da Conference League há destaques de fora da Europa como Enzo Fernandéz, da Argentina, e Moisés Caicedo, do Equador, além de atletas africanos.
Do outro lado, os ingleses do plantel avaliado em R$ 8 bilhões vão encarar também outros sotaques como Arias, da Colômbia, Cano da Argentina e Bernal, do Uruguai. O que o dinheiro europeu não compra, embora adquira o ‘pé de obra’, é o DNA de Xerém.
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