Funcionários do Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus (HMTJ) estão com os salários referentes a junho atrasados, por falta do recebimento de verbas da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) pela instituição de saúde, que é 100% SUS. A Tribuna teve acesso a um comunicado interno, emitido pelo setor de recursos humanos do HMTJ aos colaboradores, no qual a falta do pagamento no quinto dia útil deste mês é justificada pelo atraso no repasse contratual da PJF.
“Estamos cientes da importância que a pontualidade nos pagamentos tem para todos e lamentamos profundamente qualquer inconveniente que isso possa causar”, diz o documento. “Estamos trabalhando diligentemente para resolver a situação e garantir que os salários sejam pagos o mais breve possível.” O texto, que pede a compreensão e paciência de todos, prevê regularização dos débitos até esta quarta-feira (9).
Questionada pela Tribuna, a PJF admitiu o atraso no repasse de verbas e confirmou a estimativa. “A Prefeitura de Juiz de Fora informa que os trâmites para a liberação do repasse ao Hospital Maternidade Therezinha de Jesus estão em fase avançada. A previsão é de que o pagamento seja efetuado nesta quarta-feira, 9 de julho.” O Executivo municipal não explicou o motivo do problema.
O HMTJ aguarda a liberação do montante e mantém o atendimento, sem prejuízos à população.
Atraso afeta salários na ONG Colmeia
Nas redes sociais também foi divulgado, pelo mesmo motivo, atraso no pagamento dos colaboradores da ONG Colmeia, unidade de acolhimento institucional (abrigo) para crianças e adolescentes. “Informamos que este mês o pagamento dos salários será realizado em atraso, causado por pendências nos repasses financeiros por parte da Prefeitura, o que tem impactado diretamente na capacidade de efetuar os pagamentos dentro do prazo habitual. Estamos em constante diálogo com as autoridades municipais para garantir que a situação seja resolvida o mais rapidamente possível”, diz o texto. Da mesma forma, a instituição lamenta a situação. “Assim que os recursos forem recebidos, os salários serão pagos imediatamente”, garante a ONG, que afirma acompanhar de perto o andamento das negociações com a Prefeitura “para resolver essa situação de forma definitiva”. Em nota, a PJF informou que o repasse da ONG Colmeia já está em processo de pagamento, com previsão para ser realizado entre esta terça e quarta-feira.
A reportagem questionou se outras instituições foram afetadas pelo mesmo problema. O Executivo afirmou que ” os repasses às instituições parceiras podem ser realizados até o dia 30 de cada mês, conforme previsto nos termos de colaboração firmados. No entanto, historicamente, os pagamentos são feitos nos primeiros dias do mês, como forma de facilitar a organização financeira das instituições. Informamos que os repasses para a Colmeia e para as demais instituições parceiras estão em processo de pagamento, com previsão de conclusão amanhã (quarta-feira)”.
Os atrasos no repasse de verbas aconteceram na mesma semana em que a então secretária de Saúde da PJF, Ana Luísa Afonso Guimarães, foi exonerada, a pedido. Em nota, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) informou que a saída de Ana Luísa se deu “por motivos pessoais e familiares”. Para o lugar dela, foi nomeado o subsecretário de Vigilância em Saúde, Jonathan Ferreira Tomaz, servidor de carreira desde 2015.