Um dos maiores clássicos da teledramaturgia nacional, a primeira versão de “Vale Tudo” foi um sucesso de crítica e de público em 1988. Mas Aguinaldo Silva, autor da trama original, revelou que contava com um hábito um tanto inusitado para escrever os capítulos do folhetim.
Em uma publicação nas suas redes sociais, o autor detalhou o seu processo criativo ao lado de Gilberto Braga e Leonor Bassères, seus parceiros na criação da trama, e revelou que escrevia as histórias de Raquel e Odete “calibrado”.
“Lembro que, como o Gilberto só acordava às 17h (ia dormir às 7h da manhã), no dia em que fazíamos as chamadas “reuniões de trama” – ou seja, inventávamos histórias – eu passava antes na Churrascaria Majórica e comia uma picanha regada a duas caipirinhas. E assim ‘calibrado’ é que, junto com meus dois parceiros, bolávamos as caretices de Raquel e as maldades de Odete Roitman”, contou o autor.
Aguinaldo também refletiu sobre as diferenças entre o processo de escrita em 1988 e atualmente, e como desde aquela época o público era considerado “exigente”. “Bons tempos aqueles em que, na máquina de escrever, éramos obrigados a produzir um texto da melhor qualidade na primeira – e única – tentativa. Hoje, no computador, a gente escreve, reescreve e, mesmo assim, ainda não ficamos satisfeito. Nem nós, nem esse malvado chamado “o público”!”, brincou o autor.
A primeira versão da história contou com grandes nomes da teledramaturgia, como Gloria Pires, Regina Duarte, Renata Sorrah, Antonio Fagundes, Beatriz Segall e Cássio Gabus Mendes.