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22/07/2025

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Uma questão de cor – 20/07/2025 – Ana Cristina Rosa

A literatura negro-brasileira é fundamental para que a população afrodescendente interprete sua realidade, celebre seu legado e debata questões que estão no cerne das desigualdades estruturantes da sociedade brasileira.

Os “Cadernos Negros” (1978) foram fundamentais para o fomento da literatura afro-centrada nas últimas décadas. Não por acaso, a publicação de títulos assinados por escritores pretos e pardos tem crescido, e a literatura negra desponta como campeã de vendas e de procura em bibliotecas, impulsionando o debate racial.

É nesse contexto que a primeira mulher negra acaba de ser eleita para integrar os quadros da Academia Brasileira de Letras (ABL) nestes 128 anos da instituição fundada (entre outros) por Machado de Assis (1839/1908), um homem negro, jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo.

Aos 54 anos, a escritora, dramaturga e roteirista Ana Maria Gonçalves se tornará a mais nova dos imortais da ABL, assim que for empossada na cadeira de número 33, vaga com a morte do gramático e filólogo Evanildo Bechara (um homem branco). Reconhecimento mais do que merecido. Ana Maria é autora do livro considerado o mais importante da literatura brasileira nos últimos 25 anos —”Um Defeito de Cor”. Bom lembrar que, na contemporaneidade, grandes nomes da literatura brasileira são pessoas negras, como Conceição Evaristo, Jeferson Tenório e Itamar Vieira Júnior.

A escolha do Rio de Janeiro como “Capital Mundial do Livro 2025”, título concedido pela Unesco a uma cidade de língua portuguesa pela primeira vez, também não foi obra do acaso. As contribuições históricas do Rio para a literatura são diversas. “A literatura não se limita aos livros e o Rio é pródigo em modalidades literárias que se manifestam de maneira não convencional”, afirma o gerente de Livro e Leitura da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro, Henrique Dau. “Isso é indissociável das contribuições das comunidades de origem africana para o patrimônio cultural e literário do país”. Eis aí uma questão de cor.


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