As exportações da China apresentaram desaceleração em agosto, registrando o crescimento mais lento em seis meses, refletindo o impacto do fim do breve impulso de uma trégua tarifária com os Estados Unidos. Apesar disso, a demanda de outros mercados ajudou a amenizar a pressão sobre a economia chinesa, que enfrenta baixo consumo interno e riscos externos.
Crescimento das exportações desacelera
Segundo dados da alfândega chinesa divulgados nesta segunda-feira (9), as exportações aumentaram 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado, abaixo da expectativa de 5% apontada por uma pesquisa da Reuters. Em julho, o crescimento havia sido de 7,2%, superando as projeções do mercado.
Economistas destacam que a desaceleração foi influenciada por uma base de comparação elevada e pela antecipação das remessas por fabricantes que buscavam superar as tarifas impostas a diversos parceiros comerciais.
Importações também registram crescimento mais fraco
As importações chinesas subiram apenas 1,3% em agosto, desacelerando em relação ao avanço de 4,1% registrado em julho. A previsão dos analistas era de alta de 3,0%.
Queda nas exportações para os EUA e diversificação de mercados
O comércio com os Estados Unidos foi fortemente afetado: as exportações chinesas para o país caíram 33,12% em relação a agosto de 2024. Em contrapartida, as remessas para países do Sudeste Asiático cresceram 22,5%, evidenciando a estratégia dos fabricantes de diversificar os mercados.
Produtores chineses estão ampliando vendas para Ásia, África e América Latina na tentativa de compensar o impacto das tarifas americanas. No entanto, nenhum desses mercados possui o mesmo poder de consumo que os EUA, que historicamente absorvem mais de US$ 400 bilhões em produtos chineses por ano.
Meta de crescimento e política econômica
As autoridades chinesas contam com essa diversificação de mercados para alcançar a meta de crescimento anual de cerca de 5% estabelecida por Pequim, sem necessidade de recorrer a estímulos fiscais de curto prazo. A estratégia busca sustentar a economia mesmo diante de uma política comercial dos EUA considerada errática e de desafios internos.