Minas Gerais é o segundo estado brasileiro mais impactado pela imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio exportados aos Estados Unidos. Segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a economia mineira pode encolher em até R$ 560 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) ao longo de cinco a dez anos.
A perda é atribuída às tarifas de 25% impostas durante o governo Donald Trump, que ainda geram reflexos econômicos. Os setores mais prejudicados são a siderurgia e a metalurgia — justamente as áreas de destaque da economia mineira. Em 2024, o Brasil produziu 33,7 milhões de toneladas de aço bruto, sendo quase 10 milhões oriundas de Minas Gerais, o maior produtor nacional.
“Esses setores são os mais afetados porque sofrem impacto direto da estrutura tributária imposta no exterior. Há um efeito de substituição internacional, tornando nossos produtos menos competitivos no mercado global, o que compromete a atividade econômica local”, explica João Pedro Revoredo, um dos autores do estudo realizado pelo Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea), vinculado ao Cedeplar da UFMG.
Apesar do impacto regional, o estudo aponta que o Brasil, no cenário geral, teria um ganho de aproximadamente US$ 350 milhões no PIB. Já os Estados Unidos devem registrar uma perda de US$ 92,6 milhões, enquanto a China teria redução de US$ 32,7 milhões.
