Foi encerrada nesta quarta-feira (15) a busca pelos envolvidos no assassinato do caminhoneiro Sebastião Felipe Ribeiro Ladeira, de 37 anos, ocorrido em Juiz de Fora (MG). O décimo suspeito, um homem de 32 anos, apresentou-se à Polícia Civil e teve a prisão confirmada. Ele será transferido para uma unidade prisional da cidade.
O crime, que chocou a população local, aconteceu na madrugada do dia 23 de março, após uma briga dentro de uma casa noturna no Bairro Aeroporto. Imagens de câmeras e depoimentos revelaram que a vítima foi brutalmente espancada e, já inconsciente, ainda foi atropelada por um veículo utilizado pelos agressores. Ninguém prestou socorro.
Com o encerramento do inquérito na última sexta-feira (11), a Polícia Civil indiciou os dez suspeitos por homicídio qualificado — sendo seis por participação direta nas agressões e quatro por omissão de socorro, uma vez que, segundo as autoridades, tinham o dever de intervir e nada fizeram.
A defesa do último preso, Lucas Toledo, divulgou nota alegando que ele não estava foragido e que a ordem de prisão foi expedida enquanto ele se encontrava fora da cidade. Os advogados afirmaram que confiam no andamento do processo legal e que a defesa colaborará com as investigações.

O caso agora está nas mãos do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que apresentou denúncia à Justiça. A decisão de prosseguir com o processo cabe ao Judiciário, que avaliará a abertura de ação criminal. Caso a denúncia seja aceita, os réus serão levados a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Investigação detalhada
Segundo a delegada Camilla Miller, responsável pela investigação, a vítima iniciou a briga ao ferir um dos envolvidos com uma garrafa dentro da casa noturna. O grupo, formado por amigos do ferido, perseguiu Sebastião após ele tentar fugir. A emboscada foi concluída a cerca de 500 metros do local, onde ele foi agredido até perder os sentidos e, em seguida, atropelado.

“Apesar de os laudos não indicarem com precisão se a causa da morte foi o espancamento ou o atropelamento, ficou evidente que a combinação das ações levou ao óbito da vítima. Todos responderão por isso”, afirmou a delegada.
Pedido de indenização
Além da responsabilização criminal, o MPMG requereu que os acusados arquem com indenização no valor mínimo de R$ 300 mil por danos morais e materiais à família do caminhoneiro, sendo R$ 30 mil atribuídos a cada um dos réus.
A repercussão do caso gerou comoção na cidade e levantou debates sobre violência urbana, justiça e o papel do cidadão diante de situações extremas. O processo agora segue para apreciação do Judiciário, que decidirá sobre o futuro dos acusados.