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06/07/2025

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Enchente catastrófica no Texas recorda desastres do Rio Grande do Sul

A tragédia causada pelas enchentes no centro do Texas já deixou pelo menos 68 mortos, e o número deve crescer nas próximas horas. A região foi atingida por chuvas torrenciais desde a madrugada de sexta-feira com volumes extremos em um curto período. Entre os desaparecidos, estão 11 meninas e uma monitora de um tradicional acampamento de verão às margens do rio Guadalupe.

JIM VONDRUSKA/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP/METSUL

A busca por sobreviventes entrou no terceiro dia neste domingo e se tornou uma corrida contra o tempo. O Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) alertou para mais chuvas moderadas a fortes em áreas já duramente afetadas.

O solo está completamente encharcado e os rios seguem em níveis perigosos. “Estamos praticamente saturados agora”, afirmou o meteorologista Jason Runyen, do NWS em Austin e San Antonio.

A situação mais crítica é no Condado de Kerr, onde ocorreram 59 das 68 mortes confirmadas. O restante foi registrado em Travis County (4), Burnet County (3), Kendall County (1) e Tom Green County (1). Em Travis County, que inclui Austin, 13 pessoas continuam desaparecidas.

O governador Greg Abbott descreveu a destruição no Camp Mystic, o acampamento feminino onde as crianças estavam, como algo “horrivelmente devastador”.

Segundo ele, as águas do rio Guadalupe subiram tão rápido que alcançaram os tetos das cabanas. “Não vamos parar até encontrar cada menina que estava naquele acampamento”, declarou.

Entre os mortos, estão 21 crianças, algumas com apenas 8 e 9 anos. Um dos casos mais comoventes foi o de um homem de 27 anos que morreu tentando salvar sua família. Ele quebrou a janela do trailer onde estavam para que todos pudessem escapar da água, mas não sobreviveu.

A região conhecida como Texas Hill Country combina beleza natural com um histórico perigoso de enchentes súbitas. A geografia do local, marcada por vales estreitos e rios sinuosos, torna a área vulnerável. O nome “Flash Flood Alley” (corredor de enchentes repentinas) resume a ameaça constante.

Segundo o NWS, em apenas algumas horas, o nível do rio Guadalupe saltou de 2 para quase 9 metros. Estima-se que 3,8 trilhões de litros de água tenham caído sobre a região entre sexta e sábado. A força das águas destruiu casas, arrastou carros e devastou infraestruturas inteiras.

O prefeito de Kerrville, Dalton Rice, disse que as equipes de resgate trabalharam durante a madrugada e continuarão os esforços enquanto houver possibilidade de encontrar sobreviventes. “Sabemos que cada minuto conta”, afirmou.

Autoridades federais também estão sendo cobradas. A secretária do Departamento de Segurança Interna, Kristi Noem, afirmou que o sistema de alertas usado é “antiquado”. O governo prometeu acelerar a modernização da tecnologia usada em situações de emergência.

RONALDO SCHEMIDT/AFP/METSUL

ERIC VRYN/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP/METSUL

ERIC VRYN/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP/METSUL

RONALDO SCHEMIDT/AFP/METSUL

Apesar de o NWS afirmar que os avisos foram emitidos com horas de antecedência, muitos moradores não conseguiram escapar a tempo. A violência e rapidez da enchente surpreenderam até mesmo os meteorologistas mais experientes.

O cenário neste domingo segue desolador. Casas destruídas, comunidades isoladas e famílias desesperadas aguardando notícias dos desaparecidos. A tragédia reacende o debate sobre a preparação para eventos climáticos extremos nos Estados Unidos.

Tragédia fatal como no Taquari em 2023

O desastre no Texas recorda pela rapidez da subida das águas e a violência da enchente a inundação catastrófica que tomou conta do Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, em setembro de 2023, também com dezenas de mortos. O Rio Taquari chegou a quase 30 metros no porto de Estrela.

A enchente de setembro de 2023 foi uma das mais devastadoras da história da região. Provocada por evento de tempo severo, a cheia afetou dezenas de municípios e causou destruição em larga escala. O volume excepcional de chuva, aliado ao relevo acidentado e à já elevada vazão dos rios, fez com que o Rio Taquari e seus afluentes transbordassem rapidamente.

O município de Muçum foi um dos mais atingidos. Várias áreas da cidade ficaram completamente submersas, e moradores relataram que o nível da água subiu em questão de minutos, sem tempo para evacuação.

SILVIO ÁVILA/AFP/METSUL METEOROLOGIA/ARQUIVO

SILVIO ÁVILA/AFP/METSUL METEOROLOGIA/ARQUIVO

Outras cidades fortemente afetadas incluíram Roca Sales, Arroio do Meio, Lajeado, Encantado, Estrela e Colinas. Casas foram arrastadas, pontes ruíram e o acesso a diversas comunidades foi interrompido. Em muitas localidades, o socorro só foi possível por meio de helicópteros.

De acordo com dados divulgados pelas autoridades e reportagens da imprensa, ao menos 54 pessoas morreram em decorrência da enchente. Milhares ficaram desabrigadas ou desalojadas. A tragédia gerou uma enorme comoção nacional e levou o governo federal a decretar situação de emergência em dezenas de municípios gaúchos.

A força da água também provocou severos danos à infraestrutura, incluindo o colapso parcial da ponte que liga Lajeado a Arroio do Meio, sobre o Rio Forqueta. O abastecimento de água, energia elétrica e comunicação foi comprometido em diversos pontos do Vale do Taquari.

O desastre veio à noite como em São Lourenço

A catástrofe no Texas ocorreu no meio da noite, pegando muitas das pessoas dormindo e sem tempo para reagir, uma vez que não receberam ordens de evacuação. Situação semelhante se observou em evento localizado de chuva extrema no Sul gaúcho catorze anos atrás.

A enchente de março de 2011 em São Lourenço do Sul, no Sul do Rio Grande do Sul, foi uma das maiores tragédias naturais já registradas no município. Provocada por um evento de chuva extrema entre os dias 9 e 10 de março, a cheia repentina do arroio São Lourenço e de outros cursos d’água da região causou inundações violentas, destruição de infraestrutura e perdas humanas e materiais expressivas.

PRF/ARQUIVO

Em apenas 24 horas, choveu mais de 300 mm em áreas do interior do município e não na área urbana. Sem saber o que ocorria no interior do município, a população dormia quando a água invadiu rapidamente o centro da cidade e diversos bairros, surpreendendo moradores durante a madrugada.

Ruas inteiras ficaram submersas, e centenas de casas foram arrastadas ou destruídas. As áreas ribeirinhas, como os bairros Navegantes e Barrinha, foram particularmente afetadas.

A tragédia deixou cinco mortos e mais de 20 mil pessoas afetadas, entre desalojados e desabrigados. O município ficou isolado por terra devido à interrupção das rodovias de acesso, incluindo a BR-116. O abastecimento de água e energia elétrica também foi comprometido. Escolas e prédios públicos foram utilizados como abrigos temporários, e a cidade entrou em estado de calamidade pública.

A resposta inicial à enchente contou com o apoio do Exército, Defesa Civil e voluntários. Helicópteros foram usados no resgate de moradores ilhados. Os prejuízos econômicos foram estimados em dezenas de milhões de reais, com impactos duradouros no comércio, agricultura e moradia.

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