O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, está na mira do Ministério Público do Distrito Federal, que deve apresentar denúncia formal nas próximas semanas. O jogador foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em um esquema de manipulação de apostas esportivas, após suspeitas de ter forçado um cartão amarelo durante partida contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2023.
O relatório da PF, com 84 páginas, também responsabiliza outros nove envolvidos, entre eles o irmão do atleta, Wander Nunes Pinto Júnior, sua esposa Ludymilla Araújo Lima e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso. Segundo a investigação, Bruno e seu irmão responderão por fraude esportiva, enquanto os demais são acusados de estelionato.
Apesar do inquérito ter sido iniciado em agosto do ano passado, o Flamengo optou por manter o jogador em atividade. O caso chegou a ser analisado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que, à época, considerou insuficientes os elementos apresentados para abrir processo disciplinar.
A apuração revelou movimentações suspeitas em plataformas de apostas. Em uma das casas, 98% das apostas relacionadas a cartões naquele jogo foram direcionadas especificamente a Bruno Henrique, o que levantou o alerta. A Procuradoria já solicitou à PF o compartilhamento oficial do relatório, com expectativa de que a denúncia seja oferecida até o fim de abril ou início de maio.
Caso a Justiça aceite a acusação, o atacante poderá se tornar réu e enfrentar sanções judiciais e esportivas. O episódio marca mais um capítulo polêmico envolvendo manipulação de resultados no futebol brasileiro.