A Paróquia de São Gerardo Maiella colocou as instalações à disposição da Proteção Civil para distribuir água e refeições quentes às pessoas cujas casas ficaram inabitáveis após a explosão num posto de gasolina na última sexta-feira (04/07). O pároco Roberto Landi: “todos os fiéis sabem que podem contar conosco para qualquer necessidade”.
Daniele Piccini – Vatican News
A Igreja faz sua parte na grande engrenagem da máquina da solidariedade, que se colocou imediatamente em ação poucas horas após a explosão ocorrida na manhã da última sexta-feira, 4 de julho, em um posto de gasolina no bairro Prenestino Labicano, na zona leste de Roma. A paróquia de São Gerardo Maiella, a poucas centenas de metros da explosão, abriu imediatamente as portas aos operadores da Proteção Civil, que, a partir de três caminhões estacionados no pátio da paróquia, descarregaram água e barretas energéticas, para distribuí-las em uma sala da própria paróquia. Lá, nos locais onde logo penetrou o cheiro da fumaça, foi montada também uma sala de refeições com mesas e bancos.
Operadores da Proteção Civil transformam uma sala da paróquia em refeitório
Igreja, Prefeitura e Proteção Civil em sinergia
“Fomos contatados por um vereador da Prefeitura V de Roma, Massimo Piccardi, que nos pediu para disponibilizar nossas instalações à Proteção Civil. Concordamos imediatamente para ajudar as famílias do bairro que precisassem”, conta à mídia vaticana Pe. Roberto Landi, pároco de São Gerardo Maiella desde 2019. “Obviamente, a habitabilidade de nossas instalações foi previamente verificada pela própria Proteção Civil, pois também ouvimos o estrondo e duas portas da reitoria, no térreo, foram arrancadas pela onda de choque”.
Da Caritas, 200 refeições quentes
A solidariedade da paróquia se moveu em 360 graus. “A Caritas diocesana disponibilizou imediatamente 200 refeições quentes para o almoço” no dia da explosão, acrescenta o pároco, “mas estamos monitorando momento a momento o que está acontecendo e as eventuais necessidades dos moradores do bairro para adequar nossa resposta. Estamos próximos de toda a população. A paróquia é uma grande família e todos os fiéis já sabem que podem contar conosco para qualquer necessidade. Estamos próximos de cada família e de cada pessoa”.
Os furgões da Proteção Civil no pátio da paróquia
As instituições civis e religiosas trabalharam como um único mecanismo para que ninguém ficasse sem o necessário. “Preparamos estes locais paroquiais para todas aquelas pessoas, cerca de 100 delas, que ficaram literalmente na rua e precisaram de água e comida”, explica Massimo Piccardi, conselheiro do Município V de Roma. “Podemos dizer”, continua o conselheiro, ele próprio residente no bairro Prenestino, “que a máquina da solidariedade se pôs em marcha de forma realmente rápida, com uma sinergia exemplar entre a paróquia e a Proteção Civil, que coordenou a intervenção”.
Camas também ficaram prontas, caso o estado dos apartamentos vizinhos ao posto de gasolina que explodiu ficasse pior do que o esperado. “Se as habitações estivessem em condições de não habitabilidade, um ginásio acolheria os desabrigados durante a noite. Ficamos monitorando minuto a minuto as necessidades das pessoas”, conclui Piccardi.
O medo dos moradores
Muito medo entre os moradores da zona, que saíram para a rua em uma imponente mobilização de carros e veículos da Polícia e dos Bombeiros. Nicolas Galain, 19 anos, funcionário de uma loja de peças automotivas, estava sozinho em casa no momento da explosão. “ Pensei imediatamente que fosse uma bomba – conta ele da rua – e fiquei com medo. Tive a impressão de que todo o prédio balançou. Uma onda de choque muito forte atingiu minha casa, mas, felizmente, meu apartamento não sofreu danos. Naquele momento, dei um grito de medo. Na minha vida – admite ele com um pouco de constrangimento – nunca fiquei com tanto medo”.
Um pensamento para quem vive explosões todos os dias
Embora tenha durado apenas alguns segundos, o estrondo fez os moradores do bairro romano refletirem sobre o sofrimento e o medo daqueles que vivem em zonas de guerra no mundo. “Depois dessa explosão”, explica Paola Ianni, que estava trabalhando em home office no momento da explosão, “quero dedicar um pensamento àqueles que, dia após dia, estão sob bombardeios nos países atingidos pela guerra. O que aconteceu aqui nos aproxima dessas pessoas, que nunca devemos esquecer. Há crianças, idosos, pessoas sozinhas que vivem o que nós vivemos, todos os dias, várias vezes ao dia. Isso faz nosso coração tremer”.