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22/07/2025

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Gaza, a fome como arma de guerra

Dura denúncia da UNRWA contra Israel: “está matando de fome os civis em Gaza. Entre eles, também um milhão de crianças”. Segundo Axios, cresce a irritação dos EUA com Netanyahu pelos bombardeios na Síria e na igreja católica da Sagrada Família em Gaza: “ele está agindo como um louco”.

Roberto Paglialonga – Vatican News

Não são apenas os contínuos “tiros” de armas de fogo contra a população em fila para receber ajuda e comida. Em Gaza, também se morre porque a fome é usada como um verdadeiro instrumento de guerra. A desnutrição está atingindo níveis alarmantes, afetando especialmente as crianças, alerta a UNRWA, que lamenta o fluxo esporádico de ajuda humanitária no território sitiado.

Denúncia da UNRWA: “as autoridades israelenses estão matando civis de fome”

“As autoridades israelenses estão matando civis de fome em Gaza. Entre eles, há um milhão de crianças”, é a denúncia da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina, que pede: “acabem com o cerco: permitam-nos levar alimentos e medicamentos”. A UNRWA afirma ter ajuda alimentar suficiente do outro lado da fronteira para alimentar 2,1 milhões de habitantes do enclave por mais de três meses. Mas, no início de março, Israel impôs um bloqueio total sobre Gaza, impedindo a entrada de qualquer ajuda no território até que, no final de maio, os caminhões foram novamente autorizados a entrar em pequenos grupos e foi estabelecido o sistema de centros de distribuição militarizados administrados pela Fundação Humanitária de Gaza, perto dos quais já morreram mais de 900 palestinos, segundo as autoridades sanitárias locais, controladas pelo Hamas. Estas confirmaram à agência espanhola Efe que, nas últimas 48 horas, pelo menos três recém-nascidos e uma criança morreram de fome e desnutrição; mas seriam pelo menos 86, incluindo 76 crianças e 10 adultos, as pessoas que morreram de fome e desnutrição após o bloqueio imposto por Israel ao enclave. O número de mortes, entre as crianças e mais frágeis, está em claro aumento, acrescenta a proteção civil de Gaza, que testemunha “um massacre silencioso”. O alarme foi compartilhado nos últimos dias por várias ONGs, incluindo a norte-americana Rahma Worldwide, enquanto médicos do hospital Al Nasser, no sul do país, confirmam que algumas famílias estão recorrendo ao uso de água salgada para tentar acalmar o estômago faminto de seus filhos, e cada vez mais pessoas chegam ao pronto-socorro com sinais de desmaio e exaustão.

Testemunhos de civis

Os testemunhos dos civis são dramáticos. “Nossos filhos choram e gritam por comida. Adormecem com fome”, diz um pai na parte norte da Faixa. “Não há absolutamente nada para comer e, se por acaso chegam alguns produtos ao mercado, os preços são exorbitantes e ninguém pode comprá-los.” A ONU e as organizações humanitárias também explicam regularmente que o esgotamento dos estoques causou um aumento nos custos dos poucos alimentos disponíveis nos mercados de Gaza. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) informou no início de julho que o preço da farinha para pão é 3.000 vezes mais alto do que no período pré-guerra.

Mais uma tragédia com pessoas que buscavam ajuda

Domingo, porém, ocorreu outra tragédia entre as pessoas famintas que aguardavam ajuda. O balanço aponta novas dezenas de mortos: 115 no total, pelo menos 93 dos quais enquanto tentavam recolher ajuda no pequeno território, e mais de 200 feridos, informou o porta-voz da proteção civil de Gaza, Mahmoud Bassal.

 Um roteiro certamente não novo, com o exército israelense garantindo, também neste caso, a abertura de uma investigação sobre o ocorrido e contestando o número de vítimas. Para as Forças de Defesa de Israel, teria se tratado de tiros de advertência, e não de um ataque direto contra civis. Na manhã desta segunda-feira, ainda há mortos devido aos ataques em todo o território: as vítimas já somam pelo menos 27.

Tensões entre a Casa Branca e Netanyahu

Enquanto isso, as tensões entre os EUA e o governo israelense continuam aumentando. A Casa Branca estaria irritada com os ataques de Israel na Síria, que podem prejudicar as tentativas diplomáticas do presidente dos EUA, Donald Trump, na região do Oriente Médio. A informação foi divulgada pelo Axios, citando seis altos funcionários do governo. “Bibi (Netanyahu) está agindo como um louco. Bombardeia tudo o tempo todo”, disse uma das fontes. Outro dirigente mencionou o ataque à igreja da Sagrada Família em Gaza, que teria levado Trump a telefonar a Netanyahu para pedir explicações: “todos os dias acontece algo novo. Mas o que está acontecendo?”, teria exclamado o presidente. Netanyahu “é como uma criança que não consegue se comportar bem”, afirmou uma terceira fonte.



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