Solução inovadora reúne correção visual e amplificação sonora em dispositivos discretos, mas ainda enfrenta limitações técnicas
A combinação de óculos de grau com aparelhos auditivos embutidos tem ganhado espaço como uma alternativa prática e discreta para pessoas com perda auditiva, especialmente aquelas que já utilizam óculos. Esses dispositivos unem duas funções essenciais em um único acessório, promovendo conforto, praticidade e mais liberdade no dia a dia.
Como funciona a transmissão do som
A condução sonora pode ocorrer de duas formas pelas hastes dos óculos. Uma delas é a via aérea, em que microcaixas de som posicionadas próximas às orelhas transmitem o som diretamente. A outra é a via óssea, em que as hastes, bem ajustadas ao osso, conduzem o som por meio de vibrações praticamente imperceptíveis. Ambas as tecnologias são indicadas apenas para pessoas com perda auditiva leve a moderada.
Indicações e benefícios para o dia a dia
Esses modelos são especialmente úteis para quem utiliza óculos e possui perda auditiva nesse nível. Também são recomendados para pessoas que rejeitam aparelhos auditivos convencionais por motivos estéticos ou de conforto. A integração dos dispositivos evita o incômodo de usar óculos e aparelho auditivo atrás da orelha simultaneamente.
Limitações e desvantagens do recurso
Apesar das vantagens, existem desvantagens. Os óculos com aparelho auditivo são ligeiramente mais pesados, o que pode gerar desconforto. Outro ponto crítico é a duração da bateria, que varia entre 8 e 10 horas — inferior à de aparelhos auditivos tradicionais. Além disso, esse tipo de solução não atende pacientes com perda auditiva severa ou profunda, nem aqueles que necessitam de processamento auditivo avançado ou ajustes finos de frequência, que continuam dependendo dos aparelhos convencionais.
Dr. Felippe Felix – CRM 52.73894-8
Chefe do Serviço de Otorrinolaringologia do HUCFF/UFRJ
Doutorado e Mestrado em Otorrinolaringologia pela UFRJ