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09/07/2025

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‘Para democracia existir, é preciso justiça’, diz diretor


O cinema brasileiro ganhou o mundo e fez história com Walter Salles e Fernanda Torres, diretor e protagonista de “Ainda estou aqui”, longa que conquistou mais de 40 prêmios desde que foi apresentado pela primeira vez, em agosto de 2024, no Festival de Cinema de Veneza. O mais importante deles, veio em março deste ano, com o Oscar na categoria Melhor Filme Internacional.

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Rostos de um ano de conquistas do cinema brasileiro, Walter e Fernanda foram escolhidos as Personalidades do Ano no Prêmio Faz Diferença 2024, entregue na noite desta terça-feira (8), no Teatro Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Eles receberam seus troféus das mãos de João Roberto Marinho, presidente do Grupo Globo, e de Alan Gripp, diretor de redação de O GLOBO.

Emocionada, Fernanda Torres lembrou as viagens aos quatro cantos do país para divulgar o filme ganhador do Oscar e disse completar um ciclo:

— Fiquei emocionada por estar no Rio porque esse filme nasceu aqui. Nasceu no Rio de Janeiro da minha infância. E porque esse cara (Walter Salles) fez muita diferença na minha vida. É engraçado porque todo o processo do filme eu fui abduzida, por uma mulher, por uma história, pelo Marcelo (Rubens Paiva). Por dois anos. Não imaginava que eu ia viver dois anos na pele dessa brasileira que muita gente não conhecia, que eu mesma não conhecia tanto.

Escolhida a Melhor Atriz em Filme Dramático no Globo de Ouro, Fernanda rememorou as dezenas de entrevistas que deu ao longo de 2024, um processo, que a fez compreender a história de Eunice com ainda mais profundidade:

— O processo de ir subindo o Everest, subindo o Everest. A gente vai dando muita entrevista, apresentando o filme, repetindo a história. E, ao longo do tempo, você acaba compreendendo mais o filme que fez. Além de tudo o que falei do filme, de todo o processo de lançamento, o que mais me toca é que ele foi feito por duas crianças que estavam naquela casa quando Rubens foi levado: o Marcelo e o Walter. Aquela casa tinha apresentado a eles o melhor do Brasil: a Tropicália, a arquitetura. Muito do que temos como potência. Quarenta anos depois, essas crianças contaram aquela história. Então é como completar um ciclo: volto para o Rio de Janeiro e espero que cuidemos dele. Para que nossos filhos contem boas histórias sobre nós — refletiu Fernanda, indicada ao Oscar de Melhor Atriz pelo desempenho como Eunice Paiva.

Walter Salles, que discursou depois de Fernanda, lembrou que a equipe de “Ainda estou aqui” foi pega de surpresa no Globo de Ouro, já durante a cerimônia, com a possibilidade de levar o troféu.

— Procuramos a última mesa, no fundão. No lugar onde você acha que não vai ganhar o prêmio — lembrou o cineasta, que acrescentou que um integrante da equipe sugeriu que Fernanda colocasse o sapato para ir ao palco. — Depois (de ela ouvir isso), começou, então a caminhada pelo prêmio — contou. — Esse filme não existiria sem o livro do Marcelo Rubens Paiva. Ele reconstrói a memória de sua família e reconstrói a memória do Brasil. Não existiria sem esses parceiros extraordinários, Selton (Mello) e Nanda, que elevaram o filme, sem Fernanda Montenegro, sem o trabalho das pessoas que tornam o cinema possível. É um trabalho coletivo, assim como o do jornalismo.

“Ainda estou aqui” retrata a prisão e a morte do ex-deputado Rubens Paiva, vivido pelo ator Selton Mello, vencedor do Faz Diferença na categoria Cinema, durante a ditadura militar, e a luta de sua mulher, Eunice Paiva por verdade e justiça.

No fim de seu discurso, que aconteceu cerca de uma hora depois de Bernard Appy ganhar o prêmio Faz Diferença na Categoria Economia, Salles se posicionou a favor da taxação de grandes fortunas, tema efervescente em todo o mundo.

— Bernard Appy estava aqui em cima e nos lembrou que temos a chance de construir um país mais justo e igualitário, corrigindo as distorções de um sistema que cobra mais de quem tem menos. Quero deixar todo o meu apoio à tributação progressiva, meu apoio a taxação das grandes fortunas.

Salles fez menção, ainda, à tentativa de golpe do 8 de janeiro de 2023, e fez alusão à possibilidade de retornos de “tempos sombrios”:

— “Ainda estou aqui” é um filme que acreditava num país livre e independente. A possibilidade de essa família ter um país foi roubada. Fizemos um filme sobre perda, ausência e também sobre resistência. Sobre uma mulher que mostrava que era preciso reparar com afeto. Sem a Nanda se transmutar como Eunice Paiva, não seria possível. Para retomar o que ela disse, a gente vive num momento em que o país que lutou tanto pela democracia sofreu uma tentativa recente de golpe. Por muito pouco, a gente não regressou aos tempos sombrios. E aproveito para lembrar que flashback nem em cinema é bom. Para democracia existir, é preciso justiça.

O Faz Diferença é uma apresentação de O GLOBO e Firjan SESI, com apoio da Naturgy e da Petrobras.



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