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08/07/2025

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Pastores rebatem relatório da ONU sobre religião e direitos LGBTQIA+


Sede da ONU, nos Estados Unidos (Foto: Reprodução)

O recente relatório do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que sugere que crenças religiosas tradicionais podem violar os direitos da população LGBTQIA+, provocou reações entre lideranças evangélicas no Brasil. O documento foi criticado pelo historiador espanhol César Vidal, que classificou a abordagem da ONU como um reflexo de uma “realidade anticristã” nas instituições globais.

Para o pastor batista Joarês Mendes de Freitas, pastor emérito da Primeira Igreja Batista em Jardim Camburi, Vitória, ES, o relatório da ONU representa um deslocamento perigoso da noção de diversidade. “Não vejo como as crenças cristãs poderiam violar direitos de quem quer que seja. Os cristãos defendem seus princípios de fé e conduta, mas não os impõem a ninguém”, afirmou. Ele observa que o cristianismo, diferentemente de sistemas teocráticos, pressupõe adesão voluntária.

O pastor Bruno Polez, também Batista, vai na mesma linha. “Dizer que desrespeitamos direitos é o mesmo que afirmar que somos contra a Palavra de Deus”, declarou. Segundo ele, o que está em curso é uma tentativa de impor às igrejas a aceitação de práticas que estão em desacordo com os princípios bíblicos. Polez cita 1 João 4 para reforçar a visão de que o amor cristão é universal, mas não conivente com o pecado.

A diversidade silencia a fé?

A possibilidade de que a defesa da diversidade seja usada para restringir a liberdade religiosa também foi destacada pelo pastor adventista Geraldo Moysés. “Quando a diversidade exige uniformidade de pensamento e deslegitima convicções religiosas milenares, deixa de ser inclusiva e torna-se opressiva”, alertou. Para ele, há um risco real de inversão de valores, com a liberdade de culto sendo relativizada por pressões de grupos organizados.

Ele lembra que a liberdade religiosa não se limita ao culto, mas inclui o direito de ensinar e viver a fé em diferentes espaços. “O Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos garante esse direito e ele precisa ser protegido”, completou.

Na avaliação do pastor Fábio Andrade, da Igreja Batista Resgate, em Vitória (ES), é importante evitar conclusões precipitadas. “Não vejo perseguição religiosa no Brasil. Temos tensões, mas a liberdade de cultuar a Deus ainda está assegurada pela Constituição”, afirmou. Ele propõe uma reflexão mais profunda: “A maneira como vivemos e pregamos nossa fé está produzindo dignidade para todos ou contribuindo para o sofrimento de alguns?”

Para Andrade, o desafio é testemunhar a fé sem sufocar outras vozes: “Jesus nos ensinou: ‘Deem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus’ (Mateus 22:21). Nossa liberdade está segura, mas deve caminhar junto com a responsabilidade social”.

Equilíbrio entre doutrina e democracia

Os entrevistados concordam que é possível conciliar princípios cristãos com a convivência em uma sociedade plural. “O cristianismo propõe, não impõe”, resume Geraldo Moysés, citando Lucas 9.23. Ele defende a liberdade de expressão de todas as crenças: “Se respeitamos o direito dos outros viverem seus valores, é justo que respeitem nosso direito de viver os valores do Reino de Deus”.

Bruno Polez chama atenção para o papel das casas legislativas. “A democracia é feita pelo voto e pelo debate. As leis devem ser construídas com participação de todos os segmentos da sociedade”, afirmou. Ele rechaça qualquer tentativa de transformação da sociedade em uma teocracia, mas pede reciprocidade na garantia de direitos.

Diante do avanço de pautas ideológicas em organismos internacionais, os pastores destacam que a missão da Igreja é se manter fiel às Escrituras. “Ela deve ser um hospital para tratar pecadores que desejam ser curados”, disse Joarês Mendes. Já Geraldo Moysés defende a formação de comunidades preparadas para responder com amor e firmeza: “A Igreja é chamada a ser sal da terra e luz do mundo” (Mateus 5:13-16).

Fábio Andrade resume a missão com um apelo pastoral: “Nossa maior força não está em gritar mais alto, mas em amar mais de perto”. Ele cita Gálatas 6:2: “Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo”.

Enquanto a ONU e outros organismos internacionais ampliam a pauta da diversidade, líderes evangélicos brasileiros defendem o direito de professar e anunciar a fé cristã sem censura ou distorção. O futuro da liberdade religiosa pode depender do equilíbrio entre firmeza doutrinária e disposição ao diálogo.

Fonte: Comunhão





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