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22/07/2025

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Porvir celebra professores que promovem o pertencimento de estudantes à escola


A jornada do Festival Encontro com o Porvir foi marcada por celebração, esperança e inspiração em São Paulo (SP). Realizado no sábado (21), o evento reuniu educadores de diversas regiões do país, promoveu oficinas, rodas de conversa e abriu espaço para refletir sobre uma escola que se reconecta com seus estudantes e seus territórios.

O ponto alto foi a cerimônia de entrega do Prêmio Professor Porvir, que ganhou até um apelido carinhoso, nas palavras da professora Willmara Marques Monteiro, de Petrolina (PE): “Foi melhor que o Oscar”. E não duvide! A cada depoimento dos vencedores, ficava evidente como a escola pode e deve ser um espaço de pertencimento, engajamento e reconhecimento, tal como propõe o slogan deste ano do festival: “Por uma escola que reconecta”.

📔 Baixe o e-book com projetos da 2ª edição do Prêmio Professor Porvir

A força da 2ª edição do Prêmio Professor Porvir também se refletiu nos números. Foram 951 projetos inscritos, provenientes de todos os estados brasileiros, sendo 83,39% de educadores da rede pública e o restante da rede privada. Além disso, a premiação mobilizo a audiência do Porvir, gerando mais de 24 mil votos na categoria de votação popular, o que reforça como a escola é um espaço potente de pertencimento, engajamento e reconhecimento.

Em comum, todos os projetos evidenciam uma forte conexão com a realidade dos territórios e com o protagonismo dos estudantes, transformando a sala de aula em um ambiente de investigação, criação e impacto social.

Como disse Ruam Oliveira, repórter do Porvir e mestre de cerimônias, “educação também é sentimento, é afeto”. E emoção não faltou. Cada vez que um vencedor subia ao palco, era embalado pela música da cantora Lu Silva, para receber um poema exclusivo criado pela poeta Jô Freitas. A poeta escreveu 10 textos exclusivos para o evento, refletindo cada uma das práticas vencedoras da edição, o que emocionou o público e os professores homenageados. “Nunca tive uma poesia escrita só para mim”, ajuda a definir a singularidade do reconhecimento.

🟠 Inscreva seu projeto escolar no Prêmio Professor Porvir

Assista à integra da cerimônia do Prêmio Professor Porvir

Acompanhe os principais momentos da premiação e inspire-se com as histórias!

Educação infantil | Zilda Alves


As abelhas – indígenas, originárias, sem ferrão
ensinaram mais do que biologia:
bordaram cultura nos fios da infância,
costuraram identidade em cada gesto,
em cada plantinha cultivada no coração do
asfalto.

Em Blumenau (SC), a professora Zilda Alves aproximou sua turma do CEI (Centro de Educação Infantil) da comunidade indígena Xokleng, distante 94 quilômetros, para um projeto sobre as abelhas sem ferrão. A iniciativa despertou o encantamento das crianças pelos saberes ancestrais, ensinando muito mais do que biologia.

A criatividade da abordagem foi elogiada por Vital Didonet, mestre em educação e integrante do júri. “A professora foi bastante criativa na forma de estabelecer a comunicação entre sua escola e a comunidade indígena para obter a participação distância de lideranças desse povo”, comentou em sua avaliação de votação.

Ao receber o prêmio das mãos de Raquel Castro, gerente de relacionamento de Wings, Zilda Alves fez referência ao educador Paulo Freire: “Quero agradecer à minha comunidade. É por ela que a gente inventa e reinventa”.

Ensino fundamental – anos iniciais | Sebastião da Silva Vieira


Uma escola que reconecta
é aquela que não teme a tecnologia,
mas a molda com sentido.
É aquela que compreende o celular
como extensão da mente criadora,
e não como inimigo da atenção.

Direto da Escola Jaime Gonçalves Bold, em Paulista (PE), o professor Sebastião da Silva Vieira une robótica, materiais recicláveis e tecnologia para debater os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e ampliar o protagonismo dos estudantes.

O projeto foi elogiado por Letícia Lyle, diretora da Camino School e conselheira do Porvir, que destacou a superação de desafios. “Adorei a maneira como ele pontuou que a participação da escola com poucos recursos foi possível a partir da vontade do professor de transformar. Gostei muito de ver como o projeto é inclusivo e mão na massa”, apontou a jurada.

Ao receber o prêmio das mãos de Cléssio Bastos, consultor pedagógico do Instituto Escolas Criativas, Sebastião celebrou a inovação e os colegas de profissão: “Estou muito feliz com este prêmio. Agradeço à minha escola pela coragem de inovar e a todos os professores do Brasil que pensam uma educação melhor. Viva a educação!”

Ensino fundamental (anos finais) | Gisele Andrade da Silva e Luiz Carlos Silva Junior


No projeto, uma ponte entre o ontem e o agora,
O xadrez não é só jogo – é memória que aflora.
Peões se erguem reis, rainhas são lideranças,
Movem saberes com suas heranças

Na Escola Municipal Canabrava, em Flores de Goiás (GO), os professores Gisele Andrade da Silva e Luiz Carlos Silva Junior adaptaram um jogo de xadrez para contar a história dos quilombos em Goiáse e valorizar figuras negras históricas como Ganga Zumba, primeiro líder do Quilombo dos Palmares, Dandara, guerreira negra esposa de Zumbi dos Palmares, entre outros, gerando protagonismo e conexão cultural para os estudantes de uma classe multisseriada.

Gabriel Salgado, gerente de projetos no Instituto Alana, elogiou a originalidade da proposta. “O projeto apresenta uma proposta original e provocadora, que reinventa o jogo de xadrez ao deslocar seu lugar simbólico e narrativo para se conectar com a cultura, a realidade e a ancestralidade do território em que está situado. A reconfiguração dos personagens, com uma revisão da narrativa colonial, promove a valorização de povos historicamente vulnerabilizados, como negros, indígenas e mulheres, gerando reflexões importantes sobre representatividade e histórias que precisam ser contadas”, analisou o jurado.

Ao receberem o prêmio das mãos de Juliana Rodrigues, especialista em parcerias com redes de ensino do Instituto Escolas Criativas, os dois professores dividiram a emoção no palco. Gisele agradeceu às suas raízes: “Só tenho que agradecer. De São Paulo para Canabrava, minha comunidade quilombola, agradeço à minha comunidade e aos alunos que abraçam a causa para este projeto estar aqui hoje”. Luiz Carlos completou: “É para acabar com meu pequi de Goiás! Permitiram que andássemos tão longe para mostrar o poder da transformação da educação”.

Ensino médio | João Paulo Santos da Silva


Um projeto floresce na Caatinga da Paraíba,
feito de passos miúdos, olhos atentos e mãos em
descoberta.
No sertão de Cuité, celulares viram binóculos, e
estudantes, observadores do invisível.
“As Aves que Aqui Gorjeiam Não Gorjeiam Como Lá”
é mais do que um título
é um chamado para ver o que sempre esteve ao
lado, mas não se via

Em Cuité (PB), na ECIT (Escola Cidadã Técnica Integral) Jornalista José Itamar da Rocha Cândido, o professor João Paulo Santos da Silva mobilizou seus estudantes do ensino médio para usarem celulares para fotografar e identificar aves da Caatinga. O projeto, que promoveu a conscientização ambiental, resultou na criação de um guia visual e fortaleceu o engajamento na preservação da biodiversidade local.

O pesquisador Paulo Andrade, presidente do Instituto iungo, destacou a qualidade da iniciativa em sua avaliação como jurado: “É uma sequência de atividades muito bem estruturada e implementada, com etapas bem definidas, boa fundamentação conceitual e metodológica, cuidado para promover a participação efetiva dos estudantes, uso potente dos dispositivos móveis (pode inspirar outras práticas, nesse momento em que o uso dos celulares foi proibido para fins não pedagógicos no Brasil). Intencionalidade pedagógica clara, grande potencial de mobilizar competências cognitivas e socioemocionais, forte articulação com o currículo e com questões próprias do território’.

O professor Ary Potyguara, um dos embaixadores do Porvir, foi o responsável por entregar o prêmio a João Paulo, que dedicou a conquista aos seus maiores incentivadores: “Quero falar com meus alunos que estão assistindo em casa: dedico este prêmio a vocês. Se não fosse a inspiração que recebo todos os dias de vocês, isso não seria possível”.

Educação socioemocional | Ana Paula Belmino Duarte


E nisso tudo,
no meio dos jogos de improviso,
dos risos tímidos,
e dos olhos marejados,
a gente descobriu:
tem gentileza que é mais forte que soco.
tem escuta que vale mais que nota.
e tem árvore que vira palco
quando a escola resolve florescer por dentro

Na EMEF Prof. Tibério Justo da Silva, em São Roque (SP), a professora Ana Paula Belmino Duarte desenvolveu um projeto onde alunos do ensino fundamental, com o apoio do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente, montam peças de teatro para levar debates importantes à comunidade escolar.

Segundo a avaliação do júri, o projeto se destaca pelo forte protagonismo estudantil e pela conexão com os interesses dos alunos. O uso do teatro como ferramenta pedagógica impulsiona diálogos sobre acolhimento e respeito, e sua capacidade de replicação em diferentes contextos evidencia seu grande impacto e potencial transformador.

Ana Paula recebeu o prêmio das mãos de Ronaldo Abreu, diretor de arte da Agência Porvir, e falou sobre a importância das parcerias: “É uma honra estar aqui, mas essa honra não é só minha. Agradeço a quem luta junto comigo, pois não caminhamos sem boas parcerias. Que o melhor esteja ‘Porvir’, e que a cada ano mais pessoas façam este momento bonito continuar. Muito obrigada por acreditar na gente!”.

Tecnologia | Willmara Marques Monteiro


A Caatinga se revela como mapa e metáfora.
Um bioma que resiste, como seus estudantes.
Um território que ensina, quando olhado com cuidado.

Em Petrolina (PE), na Escola Municipal Paulo Freire, a professora Willmara Marques Monteiro utiliza jogos educativos desenvolvidos de forma independente para trabalhar temas como diversidade, profissionalização, fortalecimento da autoestima e geração de oportunidades de renda. A iniciativa também contribui para a redução da exclusão digital nas comunidades periféricas.

Em sua análise, o júri do prêmio destacou: “O uso criativo da tecnologia, integrando ferramentas digitais de forma inovadora para enriquecer a aprendizagem dos estudantes, é o grande destaque do projeto. Ao combinar matemática com discussões sobre a Caatinga, a atividade conecta os alunos com o currículo de forma contextualizada e dinâmica. Focado no contraturno, apoia estudantes com dificuldades em matemática, atendendo suas necessidades de forma eficaz. O impacto positivo é evidente, bem como o potencial de adaptação.”

Com a voz embargada, após receber o prêmio de João Paulo Almeida, representante da Camino School, Willmara dedicou o prêmio à sua mãe e aos seus alunos: “Quando eu disse à minha mãe, aos 10 anos, que queria ser professora, ela disse: ‘Seja professora, mas seja com brilho no olho’. E esse conselho eu levo até hoje. Agradeço aos meus ‘Hackers da Caatinga’, 540 hackers! Este prêmio é deles”.

Educação financeira | Sérgio Castanheira de Freitas


E na batida do funk
a mesma mão que conta dinheiro
faz o mesmo movimento da batida do coração

No Rio de Janeiro (RJ), o professor de música Sérgio Castanheira de Freitas, da Escola Municipal Maestro Pixinguinha, integrou a matemática em suas aulas do 9º ano. Por meio da arte, ele explora a relação da sociedade com o dinheiro, promovendo uma abordagem interdisciplinar sobre educação financeira.

Ao receber o prêmio de Frank Ferreira, designer do Porvir, Sérgio agradeceu a toda a comunidade escolar: “Que presente! Ninguém faz nada sozinho. Quero começar agradecendo a cada profissional que entra na escola, desde o pessoal da comida à limpeza, porque eles também educam. Agradeço especialmente aos nossos artistas, nossos alunos. Amo vocês demais! E quero agradecer aos nossos colegas professores que ouviram e toleraram nosso som alto”.

Educação antirracista | Danilo Daniel dos Santos


Educação antirracista é isso:
abrir olhos para as marcas da injustiça,
mas também para as possibilidades de cura.
É mostrar que lutar pelo meio ambiente é lutar pela vida negra, periférica e plural. Pois onde há escola viva, há futuro com raízes.

No bairro de Perus, em São Paulo (SP), o professor Danilo Daniel dos Santos, da EMEF Philó Gonçalves dos Santos, promove atividades e aulas compartilhadas que fortalecem a conexão de seus alunos com a história do território e as questões ambientais locais.

Para o júri, o projeto aborda a temática essencial do reconhecimento do território educativo, estimulando o protagonismo dos jovens. Ao explorar o conceito de racismo ambiental, a iniciativa vai além do material didático, conecta-se com a cultura do bairro e busca soluções para problemas locais, com grande potencial de adaptação e expansão.

“Agradeço ao Porvir. Vocês me inspiram”, disse Danilo.

Metodologias ativas | Carolina Piccarone Ellmann e Malu Vieira


Carolina levou a comunicação para o chão da
escola,
para que cada aluno pudesse narrar
a própria versão da liberdade.
Malu, com sua escuta inquieta,
fez da investigação uma arte coletiva,
E aprenderam
que liberdade não é uma palavra de dicionário.
É coisa viva —é nossa história

Em São Paulo (SP), na Escola Lumiar Pinheiros, as professoras Carolina Piccarone Ellmann e Malu Vieira desenvolveram uma proposta pedagógica que resultou na produção de um documentário pela turma do 8º ano sobre a importância da memória, da verdade e da justiça no Brasil, por meio de uma pesquisa sobre pessoas desaparecidas durante o período da ditadura militar.

A avaliação do júri destacou a abordagem criativa e interdisciplinar do projeto, que utilizou metodologias ativas para envolver os estudantes no tema da ditadura militar. A proposta foi elogiada por conectar passado, presente e futuro, pela colaboração com organizações como o Museu da Resistência e pelo forte trabalho com letramento midiático.

No palco, as professoras dividiram a emoção. Agradeceram aos alunos, os “Maricatacs”, “que mostraram que as perguntas mudam o mundo”. “A gente não educa sozinhos, a gente educa em coletivo”, disseram ao receber o prêmio de Marina Lopes, diretora editorial da Agência Porvir.


É ali, no gesto cotidiano,
que nasce a revolução silenciosa:
um aluno que explica crédito aos pais,
outro que decide poupar,
uma mãe que reaprende com o filho.
A sala se expande
toma a casa, a rua, o país.

No CEPI Francisco Maria Dantas, em Goiânia (GO), a professora Sônia Alexandre Ribeiro transformou a sala de aula em uma cidade. No projeto, alunos do 6º e 7º ano planejam a construção de uma metrópole e assumem profissões da vida real para exercitar o gerenciamento financeiro de forma prática.

Para o júri, o projeto se destaca pela forma criativa de integrar a educação financeira ao currículo, permitindo que os estudantes aprendam de maneira leve. A abordagem de estimular o erro, respeitando o processo de construção do conhecimento, e o potencial de replicação com materiais simples foram pontos muito elogiados.

Eleita com 34,25% dos mais de 24 mil votos populares, Sônia dedicou o prêmio entregue por Regiany Silva, diretora do Porvir, ao futuro dos alunos: “Agradeço ao Porvir, à escola e aos meus gestores. Penso em um futuro melhor para eles do que aquele que a professora deles teve. É a esperança de que a educação pode melhorar, porque nós somos professores de coração”.


📢 As inscrições para a terceira edição do Prêmio Professor Porvir já estão abertas!

Educadores de todo o país que desenvolvem práticas pedagógicas inspiradoras, seja na educação infantil, no ensino fundamental (anos iniciais e finais) ou no ensino médio, já podem se inscrever.

Além das etapas da educação básica, a premiação também reconhece projetos focados em educação antirracista, desenvolvimento socioemocional, uso pedagógico da tecnologia e, neste ano, traz uma novidade: a categoria Projetos de Língua Inglesa. Ela chega para valorizar iniciativas que promovem, de maneira criativa e inovadora, o ensino e o aprendizado de inglês nas escolas do Brasil.


O Festival Encontro com o Porvir contou com patrocínio de Wings Educação e Nubank, apoio de Fecap e Instituto Escolas Criativas, e parceria operacional de Camino School, Rede Conhecimento Social, Roda Educativa, Companhia na Educação, Festou e ZeitGeist – Educação, Cultura e Mídia.






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