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Ednei Blasius, Presidente do CIPEM
Exportações para os EUA representam parcela significativa
O setor madeireiro de Mato Grosso está em alerta diante da possibilidade de taxação de produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos. Os EUA figuram entre os principais destinos da madeira produzida no estado.
Dados do Observatório da Indústria indicam que, somente nos primeiros meses de 2025, as indústrias mato-grossenses exportaram US$ 8,3 milhões em produtos de madeira para o mercado norte-americano, o que corresponde a 11,8% do total das exportações do setor no estado.
Impactos já sentidos no mercado e produção local
Ednei Blasius, presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (Cipem), ressalta que a taxação imposta ainda no governo Trump, somada à atual instabilidade nas relações diplomáticas entre Brasil e EUA, já gera efeitos negativos concretos.
“Vários contratos foram cancelados, produtos estão paralisados nos portos e indústrias tiveram a produção suspensa. Só hoje recebi relatos de exportadores de Mato Grosso, Rondônia e Acre sobre prejuízos e incertezas”, afirma Blasius.
Consequências para a economia local na região norte de Mato Grosso
Blasius destaca que os municípios do norte do estado — como Alta Floresta, Sinop, Colniza, Aripuanã, Nova Bandeirantes e Juína —, onde o setor florestal é fundamental para a economia, enfrentam sérios riscos.
“O setor é um dos principais motores econômicos locais, gerando empregos e receita. Essa medida impacta diretamente essas comunidades”, explica o presidente do Cipem.
Apelo por diálogo e estabilidade
O presidente do Cipem critica o atual clima de conflito entre lideranças políticas, que, segundo ele, não traz soluções ao setor.
“Precisamos de uma postura responsável e estratégica do governo brasileiro para restabelecer o diálogo e garantir segurança aos produtores. O setor necessita de estabilidade, não de conflito”, defende Blasius.
Compromisso com a legalidade e sustentabilidade
O Cipem reforça seu compromisso com a legalidade, sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico das regiões florestais em Mato Grosso.
A entidade espera que uma solução seja construída com urgência para evitar danos irreversíveis à cadeia produtiva da madeira.