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06/07/2025

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Pretérito mais-que-perfeito: o que é, formação

O pretérito mais-que-perfeito é uma flexão verbal do tempo passado que indica que uma ação ocorreu antes de outra ação passada. Esse tempo verbal existe no modo indicativo e subjuntivo e pode apresentar-se na forma simples ou composta. Na forma simples, ocorre a inserção de morfemas flexionais nos verbos para indicar o tempo. Na forma composta, utiliza-se a locução verbal.

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Leia também: Como conjugar os verbos irregulares?

Tópicos deste artigo

Resumo sobre pretérito mais-que-perfeito

  • O pretérito mais-que-perfeito é a uma indicação de um passado ocorrido anterior a outra ação passada.
  • Esse tempo verbal pode ser flexionado na forma simples ou composta.
  • Na forma simples, o verbo flexiona por meio da inserção dos morfemas.
  • Na forma composta, o verbo flexiona por meio de locuções verbais.
  • O tempo pretérito pode ser dividido em: perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito.

O que é o pretérito mais-que-perfeito?

O pretérito mais-que-perfeito é uma flexão verbal que expressa uma ação do passado concluída antes de outra ação também passada. Ela pode ocorrer de duas formas, são elas a simples e a composta.

Quando ele chegou em casa, ela já partira para sua terra natal.

Quando ele chegou em casa, ela já tinha partido para sua terra natal.

A forma simples é mais formal e menos utilizada no português falado no Brasil contemporâneo, mas é presente em textos literários ou em alguns gêneros formais. Nela, ocorre apenas a flexão do verbo. A forma composta é mais popular e se constitui de uma locução verbal.

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Formação do pretérito mais-que-perfeito

A formação do pretérito mais-que-perfeito pode ocorrer na forma simples ou composta e no modo indicativo ou subjuntivo. Na forma simples, deve-se apenas flexionar o verbo com o morfema correto. Os morfemas adequados para verbos de 1ª, 2ª e 3ª pessoas são:

  • Morfemas para pretérito mais-que-perfeito do indicativo:










Número-pessoa

Morfemas

1ª pessoa do singular (Eu)

-ara -era -ira

2ª pessoa do singular (Tu)

-aras -eras -iras

3ª pessoa do singular (Ele/Ela)

-ara -era -ira

1ª pessoa do plural (Nós)

-áramos -êramos, -íramos

2ª pessoa do plural (Vós)

-áreis, -êreis, -íreis

3ª pessoa do plural (Eles/Elas)

-aram, -eram, -iram

na formação dos tempos compostos, recorre-se à construção de uma locução verbal, formada pelo verbo auxiliar com o verbo principal na forma nominal.

  • Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo:

Eu tinha + particípio do verbo principal

Tu tinhas + particípio do verbo principal

Ele tinha + particípio do verbo principal

Nós tínhamos + particípio do verbo principal

Vós tínheis + particípio do verbo principal

Eles tinham + particípio do verbo principal

  • Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo:

Eu tivesse + particípio do verbo principal 

Tu tivesses + particípio do verbo principal

Ele tivesse + particípio do verbo principal

Nós tivéssemos + particípio do verbo principal 

Vós tivésseis + particípio do verbo principal 

Eles tivessem + particípio do verbo principal 

As tabelas abaixo mostram a aplicação dessas estruturas:












Pretérito mais-que-perfeito do indicativo simples

Número-pessoa

Verbos de 1ª conjugação


(terminados em AR)

Verbos de 2ª conjugação


(terminados em ER)

Verbos de 3ª conjugação


(terminados em IR)

AMAR

VENDER

PARTIR

Eu

amara

vendera

partira

Tu

amaras

venderas

partiras

Ele/Ela

amara

vendera

partira

Nós

amáramos

vendêramos

partíramos

Vós

amáreis

vendêreis

partíreis

Eles/Elas

amaram

venderam

partiram











Pretérito mais-que-perfeito do indicativo composto

Número-pessoa

AMAR

VENDER

PARTIR

Eu

tinha amado

tinha vendido

tinha partido

Tu

tinhas amado

tinhas vendido

tinhas partido

Ele/ela

tinha amado

tinha vendido

tinha partido

Nós

tínhamos amado

tínhamos vendido

tínhamos partido

Vós

tínheis amado

tínheis vendido

tínheis partido

Eles/elas

tinham amado

tinham vendido           

tinham partido











Pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo composto

Número-pessoa

AMAR

VENDER

PARTIR

Eu

tivesse amado

tivesse vendido

tivesse partido

Tu

tivesses amado           

tivesses vendido

tivesses partido

Ele/ela

tivesse amado

tivesse vendido

tivesse partido

Nós

tivéssemos amado

tivéssemos vendido

tivéssemos partido

Vós

tivésseis amado

tivésseis vendido

tivésseis partido

Eles/elas

tivessem amado

tivessem vendido

tivessem partido

Veja também: Quais são os verbos auxiliares?

Frases com verbo no pretérito mais-que-perfeito
























Tempo simples

Tempo composto

João terminara o trabalho antes da reunião.

João tinha terminado o trabalho antes da reunião.

Quando cheguei em casa, ela já partira para São Paulo.

Quando cheguei em casa, ela já tinha partido para São Paulo.

A polícia encontrara pistas no local, antes mesmo da mídia chegar.

A polícia tinha encontrado pistas no local, antes mesmo da mídia chegar.

Nós já chegáramos ao evento quando a chuva começou.

Nós já tínhamos chegado ao evento quando a chuva começou.

O barco já partira quando os turistas chegaram.

O barco já tinha partido quando os turistas chegaram.

Vendêramos todos os ingressos antes do show.

Tínhamos vendido todos os ingressos antes do show.

Quando você ligou, eu já saíra.

Quando você ligou, eu já tinha saído.

Ela já acabara de ler o livro quando você me pediu.

Ela já tinha acabado de ler o livro quando você me pediu.

Os alunos completaram a prova antes do tempo acabar.

Os alunos tinham completado a prova antes do tempo acabar.

Quando a aula começou, o diretor já falara com os alunos.

Quando a aula começou, o diretor já tinha falado com os alunos.

O ator já decorara o texto inteiro, antes de ser aprovado.

O ator já tinha decorado o texto inteiro, antes de ser aprovado.

Quando você tentou me ligar, o avião já decolara.

Quando você tentou me ligar, o avião já tinha decolado.

A entrega demorou tanto, que eu já lanchara quando a comida chegou.

A entrega demorou tanto, que eu já tinha lanchado quando a comida chegou.

Partíramos antes da chuva cair.

Tínhamos partido antes da chuva cair.

Ela ligara a música antes dos convidados chegarem à festa.

Ela tinha ligado a música antes dos convidados chegarem à festa.

Ela dissera o que aconteceu antes de ser acusada.

Ela tinha dito o que aconteceu antes de ser acusada.

Nós vivêramos bons momentos antes do acidente.

Nós tínhamos vivido bons momentos antes do acidente.

Ele tentou desfazer a briga, mas o rapaz já pegara o trem.

Ele tentou desfazer a briga, mas o rapaz já tinha pegado o trem.

Ela escrevera tudo antes do professor pedir.

Ela tinha escrito tudo antes do professor pedir.

Quando acordei, o sol já raiara.

Quando acordei, o sol já tinha raiado.

Quando usar o pretérito mais-que-perfeito?

Deve-se utilizar o pretérito mais-que-perfeito quando se pretende dizer que alguma coisa aconteceu antes de outra ação também ocorrida no passado. Em outras palavras, é um passado mais antigo, anterior a outro passado.

Diferenças entre pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito

O pretérito é o tempo passado e pode ser classificado de três formas nos estudos gramaticais, são elas:

Ontem eu estudei matemática.

  • Pretérito imperfeito: é uma ação passada que manteve uma continuidade.

Eu estudava toda noite para o concurso.

  • Pretérito mais-que-perfeito: é uma ação passada que ocorreu antes de outra ação passada.

Eu já estudara quando ele chegou.

Saiba mais: Quais são as vozes verbais?

Exercícios resolvidos sobre pretérito mais-que-perfeito

1. (Instituto Consulplan) É certo que o pretérito mais-que-perfeito denota uma ação anterior a outra já passada. Esse tempo verbal se faz presente no texto em “Nunca ninguém se lembrara disso antes; […]” (2º§). Por vezes considerado obsoleto, essa forma verbal é mais frequente na comunicação oral em sua forma composta. Caso optasse por ela, o autor escreveria, sem alteração de sentido:

A) Nunca ninguém se tem lembrado disso antes.

B) Nunca ninguém se terá lembrado disso antes.

C) Nunca ninguém se havia lembrado disso antes.

D) Nunca ninguém se haveria lembrado disso antes.

Resposta: C

Comentário: O tempo composto é formado por uma locução verbal formada por um verbo auxiliar flexionado e um verbo principal na forma nominal particípio. Como a indicação é de tempo passado, o verbo principal correto é “havia” e o verbo principal é “lembrar”, na forma nominal “lembrado”.

2. (Ipefae) Para responder a questão, leia o seguinte poema de Carlos Drummond de Andrade:

Oficina Irritada

Eu quero compor um soneto duro

como poeta algum ousara escrever.


Eu quero pintar um soneto escuro,

seco, abafado, difícil de ler.

Quero que meu soneto, no futuro,

não desperte em ninguém nenhum prazer.

E que, no seu maligno ar imaturo,


ao mesmo tempo saiba ser, não ser.

Esse meu verbo antipático e impuro

há de pungir, há de fazer sofrer,

tendão de Vênus sob o pedicuro.

Ninguém o lembrará: tiro no muro,

cão mijando no caos, enquanto Arcturo,

claro enigma, se deixa surpreender.

(Carlos Drummond de Andrade. Claro Enigma. Nova Aguilar, 1988.)

O poeta usa o pretérito mais-que-perfeito do indicativo, numa das estrofes, para

A) marcar o poema que gostaria de compor no momento em que enunciava tal desejo.

B) denotar a suposição do eu-lírico entre o ser e o não ser.

C) explicitar uma ousadia até então nunca escrita.

D) postergar a lembrança do poema para um tempo futuro.

Resposta: C

Comentário: O verbo flexionado no pretérito mais-que-perfeito é “como poeta algum ousara escrever”. Nesse caso, o poeta lança mão desse tempo verbal para expressar a sua atitude ousada e nunca tentada antes dele.

Fontes

CEGALLA, Domingos Paschoal.  Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed., atual. São Paulo: Nacional, 2018.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley.  Nova gramática do português contemporâneo. 7. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2017.

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