Mesmo com o enfraquecimento da massa de ar frio da semana passada, o Rio Grande do Sul segue registrando temperaturas mínimas abaixo de zero, mostram dados de estações meteorológicas.
Esta segunda-feira (7) foi o oitavo dia consecutivo em que a temperatura caiu abaixo de zero no estado, ou seja, todos os dias de julho até agora e todos desde 30 de junho foram com mínima negativa no Rio Grande do Sul.
NILSON WOLFF
A menor temperatura observada em estação meteorológica nesta segunda-feira no estado foi de 2,4ºC abaixo de zero em estação de baixada em São José dos Ausentes, nos Campos de Cima da Serra.
A sequência de oito dias de mínimas negativas tem -4,1ºC em Soledade em 30/6; -7,3ºC em Livramento em 1º/7; -9,1ºC em Pinheiro Machado em 2/7; -6,1ºC em Pinheiro Machado em 3/7; -1,6ºC em Soledade no dia 4/7; -2,1ºC em Pinheiro Machado em 5/7; -2,7ºC em São José dos Ausentes em 6/7; e -2,4ºC hoje em São José dos Ausentes.
A sequência seria ainda mais longa não fosse a instabilidade ocorrida no dia 29 de junho com chuva que evitou marcas negativas. Isso porque todos os dias entre 23 e 28 de junho anotaram marcas negativas.
Assim, 14 dos 15 dias do período de 23 de junho a 7 de julho no Rio Grande do Sul tiveram temperatura mínima abaixo de zero no estado, o que é notável e muito dificilmente se repetirá neste inverno, uma vez que os eventos de frio muito intenso de agosto costumam ser de curta duração.
Situação semelhante se observa também em Santa Catarina. Nesta segunda-feira, os termômetros no Planalto Sul Catarinense indicaram mínimas de -4,3ºC em São Joaquim; -4,2ºC em Bom Jardim da Serra; -1,7ºC em Urupema; e -0,9ºC em Urubici.
As menores temperaturas têm ocorrido em estações meteorológicas em baixadas e fundos de vales pelas condições atmosféricas propícias a forte resfriamento que incluem céu claro ou escassa nebulosidade, perfil seco da atmosfera em altitude e vento calmo ou fraco.
Durante o dia, o solo acumula calor proveniente da radiação solar. À noite, sem a presença de nuvens, esse calor é rapidamente perdido para a atmosfera. O ar seco contribui para esse resfriamento, já que há menos vapor d’água na atmosfera para reter o calor próximo à superfície.
Com o vento calmo, não há mistura entre as camadas de ar mais frio junto ao solo e as camadas mais quentes acima. Isso permite que o ar frio, mais denso e pesado, se acumule nas partes mais baixas do relevo. Em locais como baixadas, encostas ou fundos de vales, esse ar frio escorre e se concentra, formando uma espécie de “poço de frio” ou uma “poça térmica”.
Com isso, essas áreas de baixadas registram temperaturas menores ou muito menores do que regiões mais elevadas próximas. Numa cidade com grandes variações de relevo, é possível que a temperatura numa baixada esteja até 5ºC ou 10ºC menor do que sobre um morro logo ao lado, a dezenas ou centenas de metros de distância.
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