Dados divulgados pelo Conselho Norueguês para Refugiados (NRC) mostram que mais de 17 milhões de crianças no Sudão, 90% da população em idade escolar do país, estão atualmente fora da escola. Exames foram suspensos em 14 dos 18 Estados do Sudão devido à insegurança, enquanto escolas foram bombardeadas, saqueadas ou convertidas em bases militares. O NRC alertou para uma “geração perdida” se a educação e o desenvolvimento das competências não forem retomados em larga escala.
Vatican News com Agência Fides
Conflitos prolongados e deslocamentos em massa negaram aos jovens sudaneses até mesmo as ferramentas mais básicas para o desenvolvimento pessoal.
Essa problemática foi destacada durante o Dia Mundial das Competências dos Jovens, recentemente celebrado, que este ano teve como tema «Capacitação dos jovens através da IA e das competências digitais». Alertou-se na ocasião para o fato de que milhões de jovens sudaneses continuam sem acesso à educação, à formação profissional e ao acesso digital.
Dados divulgados pelo Conselho Norueguês para Refugiados (NRC) mostram que mais de 17 milhões de crianças no Sudão, 90% da população em idade escolar do país, estão atualmente fora da escola. Exames foram suspensos em 14 dos 18 Estados do Sudão devido à insegurança, enquanto escolas foram bombardeadas, saqueadas ou convertidas em bases militares. O NRC alertou para uma “geração perdida” se a educação e o desenvolvimento das competências não forem retomados em larga escala.
Não obstante a precariedade, entre deslocamentos e à infraestruturas limitadas, os jovens sudaneses continuam a buscar oportunidades de aprendizagem sempre que possível. Um dos exemplos mais significativos é o Programa de Assistência Rápida UNITAR para o Sudão (2024-2025), uma iniciativa de treinamento on-line lançada em agosto de 2024, financiada pelo Japão e projetada para apoiar jovens e mulheres deslocados.
Além dessa iniciativa digital, outras instituições se concentraram na formação profissional prático e presencial, com a abertura de dois centros de formação profissional da UNESCO, em colaboração com a Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento (AICS), em Port Sudan e Kassala, em 2024. Esses centros priorizam jovens com deficiência e estudantes deslocados, oferecendo formação profissional e alfabetização digital, adaptados às suas circunstâncias.
As competências digitais, embora urgentemente necessárias, são em grande parte inacessíveis em muitas áreas do Sudão devido à conectividade limitada, riscos de segurança e instabilidade econômica.
Quase três em cada quatro jovens em todo o mundo não possuem competências de empregabilidade, e no Sudão essa lacuna está crescendo a um ritmo alarmante. Embora vários programas de formação tenham surgido desde o início do conflito, sua cobertura permanece limitada em comparação à escala da necessidade. O acesso ao desenvolvimento de competências vocacionais e digitais no Sudão continua a depender de fatores como segurança, deslocamento, infraestrutura e financiamento disponível.
O Dia Mundial das Habilidades da Juventude, celebrado anualmente em 15 de julho, foi instituído pela ONU, com o objetivo de destacar a importância de equipar os jovens com as competências necessárias para o mercado de trabalho, o trabalho decente e o empreendedorismo.
Criada em 2014, a iniciativa reconhece que a juventude desempenha um papel crucial na mudança social e econômica, e a aquisição de habilidades relevantes é fundamental para enfrentar os desafios e oportunidades do século XXI. Em 2025, o foco é em como a Inteligência Artificial (IA) está transformando o mercado de trabalho e a necessidade de adaptar a educação e formação para preparar os jovens para essas mudanças.